Conexão com startups possibilita inovação no setor da Construção Civil

Gabriela Souza / 20 de outubro de 2020

Resumo do texto

  • A conexão com as startups e a possibilidade de inovar cada vez mais o setor da construção civil foi tema do webinar na enredes;
  • As startups podem ajudar as construtoras além de inovarem, encontrar soluções para menos desperdício, menor mão de obra e recursos reduzidos;
  • Elas pensam em implementação de processos e resolução de problemas com agilidade a um custo menor do que as empresas tradicionais, por isso é benéfico essa parceria;
  • Inovar é preciso em um cenário em que o cliente tem novas demandas e necessidades que normalmente levam em conta o melhor resultado em menor tempo.

Para se manterem na concorrência e acompanharem o desenvolvimento do mercado é necessário que as empresas do setor da construção civil se atualizem para atenderem às novas necessidades dos consumidores. Nessa questão, as startups se mostram eficientes e podem ser chave no processo de inovação. 

O assunto foi discutido em um webinar promovido pelo enredes com os convidados: Guilherme Sawaya, diretor de inovação da Cyrela, Patricia Hulle, superintendente de negócios da Alphaville e Bruno Balbinot, CEO da Ambar.

As empresas que não se atentarem para o “novo normal” que é a construção do futuro pós-crise da Covid-19, vão perder cada vez mais espaço e clientes por deixar de acompanhar o movimento do mercado na questão inovativa.

A inovação é uma mudança de mindset para empresas e profissionais, aliada a industrialização e tecnologia, podem resultar em mais obras em andamento com menos gente e recursos reduzidos – ainda assim ser efetivo.

Bruno Balbinot lembra que inovar é ganhar tempo e ter agilidade nas construções, além de torná-las mais sustentáveis. Por isso é tão importante que as empresas comecem a se adaptar aos novos modelos de negócios e avaliar parcerias com as startups nessa busca pela atualização e transformação empresarial.

As startups são empresas que têm tecnologia e velocidade em seu DNA. Elas pensam em implementação de processos e resolução de problemas com agilidade a um custo menor do que empresas tradicionais, por isso são boas aliadas na jornada de inovação.

O processo da inovação

O assunto é importante e requer cada vez mais espaço nas pautas empresariais, mas surgem problemas quando se fala em mudanças dentro de uma organização, ainda mais no setor da construção que tende a ser mais conservador e receoso em modificar processos consolidados, mas que continuam a sofrer com problemas antigos – especialmente se tratando de agilidade e renovação no canteiro de obras.

As empresas começam a se interessar pelo assunto e procurar o que tem dado certo em outras, assim Patrícia diz, algumas organizações têm procurado a Alphaville numa espécie de benchmark, para entender a importância da inovação e o processo de adoção deste comportamento.

Na Cyrela, Guilherme lembra que o despertar do desejo para a necessidade em atualizar o negócio e processos inovadores veio aos poucos, com palestras que traziam exemplos do que tem dado certo em outras organizações e a vivência desses profissionais em relação às mudanças.

Por isso é tão importante que o desejo de crescer e digitalizar comece a surgir dentro das empresas. O processo pode parecer difícil no começo já que se trata de buscar o novo e mudar ações cotidianas e tradicionais de anos, mas o que se nota é que essas organizações ganham espaço, tempo e aumentam suas expertises em diversas vertentes da construção civil. 

Os benefícios das startups na construção

As necessidades dos consumidores vem mudando e as empresas devem acompanhar esse movimento. Para grandes organizações, sanar “dores” é mais demorado e burocrático, já as startups trabalham esses problemas em menor tempo.

Agilidade é um grande ganho para a construção. Guilherme diz que enquanto uma empresa leva bastante tempo para entregar soluções e tem gasto com consultorias, uma startup resolve em poucos dias. Além disso, ele vê como “perigoso” organizações que não se digitalizarem, mudarem o mindset. “Será que uma empresa digital um dia vai arrebentar todas as empresas tradicionais? […] e há o risco de os negócios se tornarem commodities”, provoca.

 As startups contam com inteligência, rapidez, empreendedorismo e estão abertas para criarem portfólio com a união de grandes empresas. Bruno lembra que outro benefício das empresas digitais além da velocidade é a tolerância maior ao erro – entender a jornada de transformação e que haverá erros no percurso é normal, se não der certo na primeira vez as mudanças no canteiro de obras, o caminho é compreender o problema, tentar de novo e, não desistir da inovação, afirma ele.

Inovar por meio das startups é importante para evitar ficar obsoleto e entender que o consumidor tem novas demandas e a empresa deve estar preparada para isso, ainda mais agora em que todo mundo está aprendendo de certa forma, ser digital. A digitalização de um negócio é poder contar com mais clientes, atendendo com qualidade e assertividade, além de gerar impactos positivos direto nas obras, como a rapidez, acompanhamento com maior riqueza de detalhes e sustentabilidade, que aliás, é assunto importante e recorrente do setor.

Para empresas que pretendem começar uma aproximação com as startups, Patrícia deixa algumas dicas importantes:

1 – Mapear as dores: quais os principais problemas que precisam de solução rápida e que a organização não consegue mais controlar. Mapear deve ser uma atividade recorrente.

2 – Vontade de mudança: é preciso estar aberto para inovar e buscar mudanças dentro das empresas.

3 – Apoio: o suporte da liderança, tendo uma diretoria engajada é fundamental para que os processos funcionem bem de cima para baixo.

4 – Testar: teste piloto de pelo menos três meses com a startups e acompanhar a evolução. Não é recomendado fazer contrato logo de cara com uma empresa.

O que a Covid-19 pode mudar no setor da construção?

Guilherme diz que essa crise mostrou que as empresas precisam estar mais ligadas na tecnologia enquanto as pessoas estão aprendendo a ser digitais e cita o exemplo daqueles que aprenderam a pedir comida pelo celular ou mexer no aplicativo do banco. Isso mostra que novos desafios devem aparecer e que as organizações vão ter que lidar com essas novas inteligências.

Nesse modelo as startups são ideais, já que são rápidas em soluções e “farejam” dores, ajudando as empresas entenderem deficiências e sanarem o quanto antes essas faltas e falhas.

As pessoas querem tudo mais rápido e ágil, lembra Patrícia, e isso deve fazer com que as empresas sejam impulsionadas para essa transformação digital, seguindo demandas ágeis.

Já Bruno acredita que o momento de crise proporcionou um “terreno mais fértil para o setor da construção civil evoluir”. Segundo ele, as empresas não tem mais porque não serem digitais, já que melhora todo o processo de coordenação, assim como acontece agora com as vendas digitais sem a necessidade de cartórios e o próprio sistema BIM como meio eficiente de gerenciamento de ponta a ponta do processo de uma obra.

Quem conseguir enxergar as grandes oportunidades pós-crise vai garantir vida longa para a empresa e ganhar mercado. A integração com startups traz ganho e ajuda no processo de resolução de problemas com soluções ágeis e que se comprometam com as novas necessidades dos clientes, por isso não é recomendado ficar esperando o novo normal voltar, mas prosperar com o momento atual e inovar é necessário.

Acompanhe o webinar tema deste texto:

https://youtube.com/watch?v=jGCqzVBlxis
ator Gabriela Souza

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